Outra fonte de energia que o Sol e as outras estrelas têm, e que é importante quando estão se contraindo e ainda não produzem energia nuclear, é a energia resultante da contração gravitacional. Por conservação de energia, quando a energia gravitacional diminui (devido à contração), aumenta a energia cinética das partículas dentro da estrela, ou seja, aumenta a energia térmica. Nessa fase a energia total da estrela é:

onde é energia gravitacional e
é energia térmica.
Pelo teorema do Virial, que se aplica a gases perfeitos, a energia total é igual à metade da energia potencial gravitacional:

Portanto, quando a estrela se contrai, apenas metade da energia é usada para aumentar sua temperatura, a outra metade é liberada na forma de radiação (luminosidade). Considerando que a energia potencial gravitacional de uma esfera auto-gravitante de massa e raio
é da ordem de
, a energia gerada pela contração que é disponível para ser irradiada é:

O tempo durante o qual a contração gravitacional poderia sustentar a luminosidade do Sol no seu valor atual é chamado tempo térmico, ou tempo de contração de Kelvin ():

Substituindo os valores de G = 6,67 × 10-11 N m2/kg2, MSol = 1,99 × 1030 kg; RSol = 6,95 × 108 m, e LSol = 3,9 × 1026 J/s, temos:
Tempo dinâmico
É o tempo que dura o colapso da estrela se as forças de pressão que suportam o peso das camadas superiores fossem removidas. É o tempo de queda-livre que, para uma estrela de massa M e raio R vale

Para o Sol, esse tempo dura em torno de 1/4 hora.
FONTE: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Créditos: Kepler de Souza Oliveira Filho / Maria de Fátima Oliveira Saraiva
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